Resumo - Democracia ou Bonapartismo
foco de análise a “construção” da democracia nos países imperialistas do Ocidente, em especial os EUA, Losurdo expõe, de maneira sistemática, a tortuosa trajetória da “emancipação” e da “des-emancipação” dos trabalhadores, no período supracitado.
Desmistifica duas teses caras à teoria política: desenvolvimento espontâneo do liberalismo desaguaria na democracia; compatibilidade existente entre livre-mercado e democracia. A crítica a esses dois mitos é o fio condutor de sua obra.
- Losurdo apresenta os avanços e recuos da luta e conquista dos direitos e confronta-se com diversos autores que foram consagrados pela literatura dominante como defensores da democracia. - A defesa do sufrágio censitário (em oposição ao sufrágio universal), do colégio uninominal (em oposição à representação proporcional) e o tratamento das massas trabalhadoras como “máquinas bípedes”, “crianças”, “bestas de cargas” são algumas das propostas antidemocráticas, defendidas por alguns dos teóricos da “democracia”, ou melhor, o autor remonta o debate da constituição dos direitos e explora as resistências dos teóricos liberais e elitistas em estender a participação política às massas trabalhadoras.
A luta histórica dos trabalhadores colocou em xeque algumas dessas concepções “desemancipatórias”, forjando a ampliação do sufrágio que, em meados do século XIX, já se consolidava em alguns países como sufrágio universal masculino. Superada a fase de discriminação étnica e racial interna que se expressava através da discriminação censitária e da idéia na qual os não-proprietários “desconheceriam naturalmente” os mecanismos políticos, inicia-se a segunda etapa na qual as burguesias dos países imperialistas trataram de exportar o processo de discriminação étnica e racial devido às lutas populares em seus países, o que resultou no alijamento dos estrangeiros e das camadas mais pauperizadas dessas sociedades da participação política. O objetivo central das classes