LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS Pedra, bronze e ferro forneceram os instrumentos do combate, ato central da guerra, desde seus inícios, até que sua natureza foi transformada pela pólvora, há apenas vinte gerações. Porém, o combate só pode se travar se os combatentes encontram os meios para se cruzarem em um campo de batalha, e supri-los a caminho desses encontros sempre apresentou problemas só superados pelas dificuldades de obter sucesso no próprio combate. Somente os povos montados escaparam desse problema, mas historicamente eles foram uma minoria entre os guerreiros. A maioria dependia do poder das pernas e dos ombros para carregar a si próprios e às coisas necessárias para qualquer teatro de campanha, uma restrição que limitava muito o alcance e a resistência das forças bélicas, fosse na defensiva ou no ataque. Com efeito, a maior parte das guerras terrestres foi, até recentemente, uma atividade de curto prazo e curta distância. Há uma explicação muito simples para isso. Quando um grupo de homens se reúne para executar uma tarefa diária, precisa pelo menos de uma refeição entre a alvorada e o anoitecer. Se a tarefa demora mais de um dia e os homens se deslocam do local onde guardam a comida, terão de carregar suas refeições. Uma vez que todas as operações de guerra, com exceção das mais primitivas, incluem prolongamento e movimento, os guerreiros sobrecarregam-se necessariamente com rações, além dos armamentos. Porém a experiência confirmada por ensaios de campo modernos estabeleceu que a carga de um soldado não pode, em média, exceder trinta quilos de peso, dos quais roupas, equipamentos, armas e outros objetos necessários formam pelo menos a metade. Como o consumo diário de alimentos sólidos de um homem fazendo trabalho pesado é de quase um quilo e meio, conclui-se que um soldado em marcha não pode carregar suprimentos para mais de dez ou onze dias e, evidentemente, esse esforço só vale a pena se os alimentos forem não-perecíveis. Esses números não variaram ao longo