logica formal no direito
Quando pretendemos situar a ética no contexto das dimensões culturais, encontramos de pronto um primeiro problema. Como separá-la de outras manifestações como, por exemplo, o conhecimento e a religião? Será possível uma separação tal que a ética se constitua como uma instância autônoma da cultura, claramente definida na sua especificidade? A relevância da ética nos leva naturalmente a assinalar para ela um campo próprio, a partir do qual possamos reconhecer um modo singular de existir, em primeiro lugar característico do ser humano e, em seguida, delimitado com nitidez entre as dimensões da existência. Podemos partir deste pressuposto, mas quando vamos entender concretamente esta separação e esta especificidade as dificuldades se multiplicam.
Elas aparecem quando tentamos, por exemplo, fazer a distinção entre ética e conhecimento. Podemos dizer que quando descrevemos o mundo e procuramos compreendê-lo efetuamos juízos que nos permitem assimilar a verdade dos fatos; para compreender estes fatos efetuamos outros juízos, mais abstratos, acerca da ligação entre eles e das razões que sustentam tais conexões. Conhecer as coisas é descrevê-las e apreender racionalmente as relações que interligam os fenômenos. Dizemos que aí encontram-se juízos porque se trata de uma atividade que inclui não apenas a mera descrição, mas julgamentos acerca da validade e da necessidade das conexões que pouco a pouco vamos conhecendo. São tais julgamentos que nos permitem enunciar leis científicas. Estas não se encontram dadas simplesmente naquilo que percebemos, mas é a partir do que percebemos e observamos que nos julgamos autorizados a formulá-las, atingindo assim conhecimentos que superam os fatos parti-culares, embora digam respeito a eles. Isto significa que a observação da realidade com vistas ao conhecimento nos leva a julgamentos acerca desta própria realidade. É claro que quando falamos em julgamentos, nesse sentido, queremos dizer apenas que a observação nos