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A primeira obra lírica de Camões foi publicada em 1595, com o título Rimas. Camões cultivou as duas tendências presentes do século XVI: a forma poética tradicional, chamada então “medida velha” que seriam com versos redondilhas maiores e menores e dá continuidade a poesia medieval, e a tendência trazida da Itália, a “medida nova” com versos decassílabos heroicos e sáficos, e usa formas fixas como o soneto, os temas, os conceitos filosóficos e religiosos.
A lírica camoniana é bastante variada quanto à forma dos poemas, que foram produzidos tanto na medida velha quanto na nova. É importante notar que isso ocorreu simultaneamente, e não em fases sucessivas.
Camões escreveu:
_ redondilhas sonetos; éclogas (poesia pastoril, em geral dialogada); odes (palavra grega que significa canto; composição lírica composta de estrofes simétricas); elegias (poema lírico cujo tom é quase sempre terno e triste, uma espécie de lamentação fúnebre); canções;
Sua obra pode ser considerada uma síntese entre a tradição poética portuguesa e as inovações renascentista. Sua poesia não evita as contradições de sua época. Pelo contrário, dá a elas uma expressão tensa e dramática. Suas contraposições tensa entre o ideal e a realidade resulta uma visão trágica e pessimista da vida, que prenuncia o Barroco. Seus temas prediletos são o amor, a mutabilidade e o desconcerto do mundo.
A medida velha
Cantiga
Luís de Camões
A este mote alheio:
Menina dos olhos verdes, por que me não vedes? Voltas
Eles verdes são, e têm por usança na cor, esperança e nas obras, não.
Vossa condição não é d’olhos verdes, porque me não vedes.
[...]
Haviam de ser, por que possa vê-los que uns olhos tão belos não se hão de esconder; mas fazeis-me crer que já não são verdes, porque me não vedes.
Verdes não o são no que alcanço deles; verdes são aqueles que esperança dão,
Se na condição está serem verdes por que me