texto literario

2003 palavras 9 páginas
Sangue e areia
Estudar os antigos gladiadores ajuda a entender a sociedade atual
Carlos Haag
Pão e circo: esse é o imperador dos chavões, usado para atacar da Copa do Mundo ao presidente da República, um símbolo de um povo “idiotizado” e clientelista, que se deixa vender por pouco. Da direita à esquerda, a imagem, vinda dos tempos romanos, serve como forma de fustigar políticos, na maioria das vezes sem que o atacante se dê conta do menosprezo aos cidadãos, oculto na frase, roubada de seu contexto, uma das Sátiras do poeta Juvenal (67 d.C.–130 d.C.). Para combater um clichê, nada melhor do que outro (com perdão do filósofo Santayana, o seu criador): “Aqueles que não lembram o passado estão condenados a repeti-lo”. “Deslocado do seu contexto, a máxima de Juvenal nos remete à tentadora possibilidade de ver os romanos como desinteressados pelos acontecimentos políticos e amantes dos prazeres de acesso fácil”, observa Renata Garraffoni, autora da tese de doutorado Técnica e destreza nas arenas romanas: uma leitura da gladiatura no apogeu do império, defendida na Unicamp.
“Mais do que reforçar a idéia do gosto pelo pão e circo, sexo e violência, é necessário criar alternativas para a idéia predominante de uma massa manipulada pela elite e ressaltar as distintas formas de relações sociais na Roma antiga, que são criativas, únicas e surpreendentes”, explica. Aqueles que não estudam direito o passado estão condenados a repetir a mesma besteira. “A idéia do pão e circo só valoriza um único aspecto dos munera (os jogos de gladiadores na arena), isto é, o de manipulação política. Falou-se de ociosidade, parasitismo do Estado, violência e prazeres, mas pouco se disse sobre o cotidiano dessas pessoas que combateram, o que nos leva a pensar nos limites dessas interpretações que aprisionam a diversidade dos sujeitos, impedindo que sejam agentes de sua história”, avisa Renata. A pesquisadora, falando do passado, revela como os historiadores, com a visão moderna do século 19,

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