Lixo extraordinário
O documentário “Lixo Extraordinário” retrata um projeto do artista plástico Vik Muniz, nascido em São Paulo no ano de 1961, no maior aterro sanitário da América Latina, o aterro de Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro. O filme conta como foi a experiência desse artista ao transformar o lixo em arte, inspirando-se em um grupo de catadores. Além disso, o filme também mostra as condições de trabalho e de vida das pessoas que dependem do local para a sobrevivência.
Durante o filme pode-se obter uma clara informação sobre como o trabalho é realizado nesse aterro, cujo número de catadores chega a quase dois mil. Eles trabalham de forma desumana, com pouco ou nenhum tipo de proteção ou segurança, em um local onde o nível de insalubridade é muito alto.
A primeira observação que pode ser feita é em relação à carga horária desses indivíduos, que chegam a trabalhar o dia inteiro, sem nenhum descanso. E muitos, inclusive, trabalham durante a madrugada, sobre baixas condições luminosas. Os vários caminhões que trazem toneladas de lixo chegam a todo tempo e os catadores estão sempre à espera dos resíduos para adquirirem o máximo possível.
Além disso, a refeição dessas pessoas é feita no próprio aterro onde todo o lixo é despejado, em condições mínimas de higiene, havendo o risco de transmissão de muitas doenças, pois estas entram em contato com todo o tipo de resíduo que existe no local e não utilizam, como já foi dito anteriormente, nenhum tipo de proteção que seja realmente eficaz.
Outra questão que se pode observar tem relação com o carregamento desses materiais que são coletados pelos catadores e armazenados em enormes sacos feitos de um material mais resistente ou galões. Devido ao peso que isso pode trazer o trabalho é dividido, fazendo com que as mulheres coletem os materiais recicláveis mais leves e, consequentemente movimentem uma carga menos pesada enquanto os homens ficam responsáveis pela coleta de materiais