O livro “O Novo Brasil” de Albert Fishlow analisa o retorno e reformulação da política democrática no Brasil, e temas como a política interna, política externa, área social e econômica. Para que estas análises fossem possíveis, Albert discorre sobre diversos acontecimentos compreendidos desde a eleição direta de 1985 até o governo Lula. O livro tem como ponto de partida a redemocratização brasileira. Depois de mais de duas décadas de governo autoritário no país, seria necessário dar atenção às questões econômicas, políticas e sociais, que foram adiadas por muito tempo. Nas eleições diretas de 1985, que determinaria o sucessor do presidente Figueiredo, Tancredo Neves, estrategicamente, selecionou José Sarney como o seu vice-presidente, e venceu Paulo Maluf. Mas uma doença súbita e grave atingiu o recém-eleito na véspera de sua posse, e consequentemente Sarney foi empossado como presidente interino, ou seja, ele exerceria funções presidenciais, enquanto o então presidente não se recuperava. No entanto, com a morte de Tancredo em abril, Sarney assumiu a presidência formalmente. Embora o país tivesse retomado o crescimento em 1985, Sarney precisava enfrentar questões vitais, como por exemplo, a estabilização econômica, principalmente no que se refere à taxa de inflação e a reformulação de uma estrutura político democrática. Além disso, havia a necessidade da formulação de uma nova Constituição, porque a última Constituição civil, de 1946, não atendia o país em suas mudanças. O Congresso eleito em 1986 funcionou como Assembleia Legislativa, e passados dois anos, tínhamos uma nova Constituição, conhecida como “Constituição Cidadã”, vigente até os dias atuais. Entre outros ajustes, a nova Constituição propôs mudanças que interferiram no progresso do país durante o período analisado por Albert, dentre as quais, podemos citar: a substituição dos decretos-lei, usado durante a ditadura militar, pelas medidas provisórias, o que conferia poderes