Livro por mares ha muito navegados
Autor: Álvaro Cardoso Gomes
Editora: ática
1ª edição
Ano: 2004
Transcrito por: Anair
Meirelles
Uso exclusivo dos alunos do Instituto Santa Luzia
Emoção e poesia a bordo
Naquele fim de ano, Dedé estava de cabeça quente. O novo professor de português não queria nem saber: mandou ler Os Lusíadas, de Luis de Camões, inteirinho até a volta às aulas. Sabe o que isso queria dizer? Que a viagem de veleiro que seu pai, Walmyr, planejava fazer pelo oceano nas férias estava indo por água abaixo. Pelo menos para
Dedé. Não por falta de esforço: mal soube da tarefa, começou a ter aulas particulares com Teto, um universitário que costumava ajudá-lo nos momentos difíceis. Mesmo assim, não ia dar tempo... Walmyr, no entanto, quer muito a companhia do filho. Resolve então unir o útil ao agradável: convida Teto a ir com eles, para continuar as aulas a bordo. O jovem, muito tímido, pensa em recusar a oferta, as fica sabendo que Catarina, prima de Dedé, também vai com eles. Que tentação! Teto ainda é apaixonado por ela, sua ex-colega de escola. Quem sabe a viagem é a grande chance que ele esperava para abrir o jogo com ela? Alem disso, a aventura também estimula sua outra paixão: a literatura. Teto encanta-se com os planos de Walmyr: refazer o trajeto da heróica viagem de Vasco da
Gama até as Índias, em 1498, assunto principal dos versos de Os Lusíadas. Após zarparem, Camões vira febre no veleiro San Gabriel. Ao saber que aqueles mares tinham tanta história para contar, todos se empolgam pela literatura de Teto e Dedé. Ainda mais quando começam a acontecer estranhas coincidências entre as duas viagens... Episódio após episódio,
Dedé, Walmyr, Catarina e os demais navegantes percebem a grandeza de Os Lusíadas, que, apesar de ser escrito numa linguagem diferente da utilizada nos dias de hoje, permanece uma referência fundamental da nossa literatura. Além de contemplar questões