Livro Paixão e Criatividade
Este é um livro que aborda questões densas e conflitantes que fazem de nós o que somos. São apresentadas as histórias pessoais de três artistas, que foram pessoas intensamente apaixonadas. Elas são Frida Khalo, que via o mundo através de um espelho, Camille Claudel das esculturas e Coco Chanel de suas criações.
A psicanálise persegue a origem da capacidade criativa humana, ela procura entender o processo criativo. O ato de realizar uma obra está envolvido ao elemento feminino – a fonte criativa – e a capacidade de fazer, referente ao elemento masculino. O fazer artístico tem como objetivo a criação do self, conciliando o dentro e o fora, o elemento masculino e feminino, o ser e o fazer. O primeiro estágio de um bebê é chamado de período de dependência absoluta e a mãe é a figura primordial, ela é associada a um espelho, o bebe sente que quando olha, é visto, logo, ele existe. Quando o bebe não possui o olhar da mãe, num momento em que seu self se encontra frágil, ele se desvia para um terceiro, como a busca desesperada pelo pai, voltando-se ao adulto com linguagem de ternura, o mesmo o responderia em termos de paixão, acelerando então seu pseudo-amadurecimento edípico. A precariedade na constituição do self leva ao incremento do elemento masculino.
Freud diz que o trauma acumulativo resulta da falha da mãe como “escudo protetor”. O trauma é gerado pela sua intensidade e incapacidade do sujeito reagir adequadamente. A criança necessita sua mãe como um ego auxiliar e a falta da mesma resulta nos traços do caráter de seu filho, que desenvolverá um processo maturacional de crescimento e domínio do ambiente. O papel da mãe é uma atitude de alerta, adaptação e organização que isenta o bebe de conflitos, o desvio do “papel de escudo” terá resultados de acordo com sua frequência. Esses fracassos fixam um