literatura
É o caso do 1º, 2º, 4º e 5º versos. No 1º verso, por exemplo, o segundo membro ("sem se ver"significa interiormente;) no 2º verso, o Amor "é ferida que dói (exteriormente) e não se sente"(interiormente); no 4º verso, o Amor "é dor que desatina (exteriormente) "sem doer"(interiormente) e, no 5º verso, a noção é a de que não é possível querer mais, de tanto que se quer, de tanto que se ama. Mesmo que se tome o referencial fogo como elemento de contraste entre os dois membros desses versos, este mesmo fogo, contraditoriamente, "arde sem se ver".
A reiteração do verbo ser ("É") no início dos versos, do 2º ao 11º, configura uma sucessão de anáforas, uma cadeia anafórica. O soneto inicia-se e termina com a mesma palavra - Amor -, sentimento contraditório, que é o tema da composição.
Quanto à métrica, os versos são decassílabos (dez sílabas poéticas), com predomínio dos decassílabos heróicos, nos quais a sexta e a décima sílabas são sempre tônicas.
Neste soneto temos o exemplo do uso da poesia para “definir” o amor. Deste modo se pode dizer que Camões pretende dizer o que é o amor, passando além do conceito abstrato ou inexplicável, gerando imensos contrastes para definir este mistério que todos nós conhecemos.
Luís de Camões tenta chegar a uma conclusão, através da interrogação expressada no último terceto.
Através da análise do poema e dos conhecimentos que nos foram incutidos ao longo destes