literatura e generos
A literatura de cunho feminista começou a se desenvolver no Brasil por volta de 1960 e foi fruto da luta impetrada pelo movimento feminista no Brasil, essa literatura tinha uma forte preocupação com o coletivo e com o social, e trouxe à tona tudo que era considerado íntimo e familiar. Posteriormente, a academia também despertou para a catalogação e análise dessas obras.
Essa literatura escrita por mulheres pode ser vista como uma literatura engajada, ou seja, que busca atuar diretamente no campo político-social denunciando as injustiças, os maus tratos e os preconceitos existentes na sociedade e que são impetrados contra as mulheres. Nóbrega (2004) afirma:
E seja o texto literário visto como uma cultura de resistência, como engajamento, como denúncia, como contestação ou como entretenimento, ou mesmo visto como conhecimento, a literatura, estabelecendo compromissos com o social, aponta caminhos e se insere na história, representando-a. (p.92) Nesse contexto, iremos analisar uma obra da escritora feminista Joyce Cavalcante, que tem se destacado no cenário nacional e internacional. É romancista, contista, cronista, jornalista e conferencista. Tem sete livros publicados: os romances De dentro para fora (1978), Costela de Eva (1980), Inimigas íntimas (1993) e O cão chupando manga (2001); e as coletâneas de contos Livre & Objeto (1980), Retalhos místicos (1988) e O discurso da mulher absurda (1985). Participou das seguintes antologias: Contos pirandelianos (1985), Contos paulistas (1988), O outro lado do olhar (1988), Antologia do conto cearense (1990), Contra lamúria (1994), Frän Urskog Till megastad (1994), Letras ao sol (1996), O talento cearense em contos (1996).
Iremos nos debruçar sobre Inimigas Íntimas (1993) que foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte como a melhor ficção de 1993. O romance conta a história de uma família patriarcal do nordeste brasileiro entre as décadas de 40 e 70. A narrativa é um romance histórico,