Literatura infanto juvenil
Atividade 1
Seguem abaixo trechos de dois romances da literatura brasileira sobre os quais nos concentraremos a partir de agora. O primeiro deles é A Moreninha de Joaquim Manoel de Macedo, e o segundo Lucíola de José de Alencar.
Texto 1
Fabrício em Apuros A cena que se passou teve lugar numa segunda-feira. Já lá se foram quatro dias, hoje é sexta-feira, amanhã será sábado, não um sábado como outro qualquer, mas um sábado véspera de Sant’Ana. São dez horas da noite. Os sinos tocaram a recolher. Augusto está só, sentado junto de sua mesa, tendo diante de seus olhos seis ou sete livros e papéis, pena e toda essa série de coisas que compõem a mobília do estudante. É inútil descrever o quarto de um estudante. Aí nada se encontra de novo. Ao muito acharão uma estante, onde ele guarda os seus livros, um cabide, onde pendura a casaca, moringue, o castiçal, a cama, uma, até duas canastras de roupa, o chapéu, a bengala e a bacia; a mesa onde escreve e que só apresenta de recomendável a gaveta, cheia de papéis, de cartas de família, de flores e fitinhas misteriosas, é pouco mais ou menos assim o quarto de Augusto. Agora ele está só. Às sete horas, desse quarto saíram três amigos: Filipe, Leopoldo e Fabrício. Trataram da viagem para a ilha de... no dia seguinte retiraram-se descontentes, porque Augusto não se quis convencer de que deveria dar um ponto na Clínica para ir com eles ao amanhecer. Augusto tinha respondido: Ora vivam! bem basta que eu faça gazeta na aula de partos; não vou senão às dez horas do dia.
E, pois, despediram-se amuados. Fabrício queria ainda demorar-se e mesmo ficar com Augusto, mas Leopoldo e Filipe o levaram consigo, à força. Fabrício fez-se acompanhar do moleque que servia Augusto, porque, dizia ele, tinha um papel de importância a mandar. Eram dez horas da noite, e nada do moleque. Augusto via-se atormentado pela fome, e Rafael, o seu querido moleque, não aparecia... O bom Rafael, que era ao