Literatura de cordel
Segundo Abreu (2001), a primeira notícia que se tem sobre a literatura de cordel, veio de Portugal exclusivamente da parte da lusitana, o mesmo vincula-se ao nome de Gil Vicente, que publicou, sob esta forma algumas de suas peças. Parece claro que a produção vicentina não se orientava, prioritariamente, para esse tipo de publicação, visando, em primeira instância, a encenação na corte e em locais públicos, onde uma parcela mais ampla da população teria acesso aos Autos. Mesmo após a publicação da Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente, em 1562, continuaram correndo em folhetos as histórias de Gil Vicente; algumas fielmente conservadas outras alteradas ao longo das edições, como Dom Duardos e o Pranto de Maria Parda, que permaneceram por três séculos vendidos como literaturas de cordel.
A autora continua explicando que além de Gil Vicente, grande parte dos autores que integraram a chamada escola vicentina foi considerada pela crítica como autores de cordel e pode-se tomá-los como marco inicial deste tipo de literatura em Portugal.
Abreu (2001) ressalta que, os estudos críticos concentraram-se no exame dessa escola, apesar de o cordel lusitano abranger muitos outros períodos e autores, como se verá adiante. Dos autores da escola de Gil Vicente, publicou, sob a forma de literatura de cordel, Baltasar Dias, Afonso Álvares e Ribeiro Chiado. O primeiro deles foi consagrado como um dos mais populares autores do que se chamou literatura de cordel, lido e apreciado ainda no século XX, tendo suas obras reimpressas tanto em Portugal quanto no Brasil. Uma vez que o objeto deste estudo não é a escola vicentina, comentaremos brevemente a obra de Baltasar Dias, por sua importância no interior da literatura de cordel.
Conforme a autora citada acima, em 1537 pode-se perceber a importância de Baltasar Dias que, mesmo sendo um homem pobre, foi capaz de conseguir um parecer real