Literatura, Cinema e Educação: uma interlocução
Escrever nem uma coisa
Nem outra -
A fim de dizer todas -
Ou, pelo menos, nenhumas.
Assim,
Ao poeta faz bem
Desexplicar -
Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.
(Manoel de Barros)
Pudéramos nós falar em educação sempre com um olhar poético. Pois afinal é isto o que acabamos fazendo, escrevendo várias coisas, de formas diferentes, tentando dizer todas que às vezes se passam por " nenhumas". A poesia permeia nossa vida, está em tudo e enriquece o que tentamos fazer ser comum. É com este olhar poético que busco compreender os percursos percorridos ao longo da disciplina: "Filosofia, Cinema e Educação" juntamente com minha experiência enquanto universitária. Como estudante de pedagogia e, principalmente, participante do projeto "PROEXT - Projeto de Formação Inicial e Continuada de Professoras alfabetizadoras" tive a oportunidade de ampliar meu conhecimento na área da literatura infantil, o que muitos estudantes ainda não têm em seu curso de formação. Através do projeto, que visa trabalhar com professoras alfabetizadoras e busca estudar e aprimorar profundamente os processos de alfabetização e letramento nas escolas, pude perceber o quanto a literatura deve estar presente no cotidiano escolar e na vida das crianças. Sendo assim, deste lugar em que ocupo na universidade como aprendiz, busquei fazer aqui reflexões advindas do contexto em que me insiro no grupo e das discussões sobre os filmes e conteúdos trabalhados na disciplina citada acima, fazendo uma interlocução entre eles e a educação. A literatura deve permear toda a experiência escolar do indivíduo. Isto porque através dela o aluno tem oportunidade de enriquecer seu universo, de ampliar sua visão sobre o mundo em que vive. Como cita Parreiras (2009. p. 56):
A literatura estabelece um experiência dialógica, de alteridade, de subjetivação para o leitor. Ela encanta, incomoda, provoca, faz pensar, não fecha nem coloca ponto