Literatura Antologia
Às casas, às nossas lavras às praias, aos nossos campos havemos de voltar.
Às nossas terras vermelhas do café brancas de algodão verdes dos milharais havemos de voltar.
Às nossas minas de diamantes ouro, cobre, de petróleo havemos de voltar.
Aos nossos rios, nossos lagos às montanhas, às florestas havemos de voltar.
À frescura da mulemba às nossas tradições aos ritmos e às fogueiras havemos de voltar.
À marimba e ao quissange ao nosso carnaval havemos de voltar.
À bela pátria angolana nossa terra, nossa mãe havemos de voltar.
Havemos de voltar
À Angola libertada
Angola independente.
Agostinho Neto
Angola
Poema para minha filha
Para ti, querida
Rosas e mel
E estrelas rutilantes,
Risos gritantes,
Muita ternura e carinho
E o Sol
Brilhando muito
Em frente ao teu caminho.
Deixa comigo o fel,
A dor, o desespero
Deixa que eu fira a pele
Nos ásperos abrolhos
Da vida. Deixa chorar meus olhos Deixa comigo O peso do sonho tão antigo. Para ti, querida
Paz, amor, ternura
Estrelas rutilantes,
Rosas e Mel...
Aires Almeida Santos
Angola
Reflexão nº1
Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
Nem ama duas vezes a mesma mulher.
Deus de onde tudo deriva
E a circulação e o movimento infinito. Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido.
Murilo Mendes
Brasil
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a