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A nova lei
Obra da literatura adaptada para o cinema trata da credibilidade sem limites atribuída pela sociedade aos sistemas tecnológicos, revelando os riscos a que está submetida
Por Simone Pallone
Minority Report: a nova lei é um conto de Philip K. Dick, autor do clássico da ficção científica Blade Runner, e que dá nome ao livro do autor e ao filme, dirigido por
Steven Spielberg em 2002. Apesar de diferirem em diversos pontos, a base de ambos é a mesma. Trata-se da história de uma organização que consegue prever os crimes que irão acontecer, possibilitando, assim, evitar que eles ocorram. No entanto, a punição aos prováveis criminosos é aplicada antes que eles sejam postos em prática, o que coloca o sistema em suspeição ao longo das duas versões da história.
O sistema de previsão dos crimes é viabilizado pela presença de três precogs
(de precognição), seres mutantes com habilidade de prever o futuro. Vivem em estado semivegetativo, em um tanque com um líquido que os nutre, e conectados em uma parafernália de cabos e fios que transmitem as imagens dos crimes que eles anteveem, mostrando data, hora e local aonde irão acontecer. Assim que se realiza a previsão, o sistema libera duas esferas, uma com o nome da vítima e outra com o nome do assassino. Rapidamente é feito um julgamento do assassino por uma espécie de videoconferência, quando as imagens transmitidas pelos precogs são disponibilizadas para juízes determinarem se o assassino deve ou não ser detido. Imediatamente após o julgamento, uma equipe da polícia vai atrás do assassino em potencial, que é confinado em uma prisão que funciona no próprio prédio da organização.
Os criminosos não têm direito à defesa, uma vez que se considera o sistema perfeito. O risco de alguma falha na tecnologia não é considerado pelo depar tamento policial.
Tal sistema levou ao recorde de seis anos sem um assassinato na cidade, o que é valorizado pela população e vangloriado em