Lisbon Revisited (1923)
1. O estado emocional do sujeito poético no texto “Lisbon Revidited (1923)” passa pela agressividade (“vão para o diabo sem mim (…)”), onde se torna quase insultuoso, usando um tom coloquial; podemos verificar que a solidão também se manifesta no verso “ (…) Quero ser sozinho. Já disse que sou só sozinho!”, o “eu” não só é solitário como quer e deseja sê-lo. Para além de irónico o sujeito poético afasta-se do típico cidadão “casado, fútil, quotidiano e tributável”, por isso é marginalizado pela sociedade e por si próprio, porque aquele tipo de características não corresponde ao seu “verdadeiro eu”. Este tem um desejo de evasão tanto através da morte como da infância (“a única conclusão é morrer.”, “Ó céu azul –o da minha infância-.”), é uma maneira de fugir e se abstrair da realidade. Este desejo de evasão deriva de um tédio e um cansaço existencial que o “eu” sente e o leva a uma fase mais depressiva e melancólica.
2. Entre o passado e o presente podemos identificar uma relação de oposição, já que o passado representa o positivo e o presente o negativo. Ou seja, o sujeito poético evoca o passado, mais propriamente a sua infância (“(…) o mesmo da minha infância”), como forma de fuga à realidade a que pertence. Recorda de forma nostálgica a infância e conecta-a com uma época de felicidade, tranquilidade e inconsciência. Há uma consciência da impossibilidade de regresso ao passado e a irreversibilidade do tempo. O positivismo do passado contrasta com o presente, já que os sentimentos dominantes são a solidão (“Quero ser sozinho.”), angústia, cansaço, melancolia, a constatação de que o tempo é irreversível dá origem a um vazio no “eu” e é por isso que este se tenta refugiar nas memórias de felicidade do passado.
3. O titulo “Lisbon Revisited (1923)” está escrito em inglês, podemos apresentar uma justificação para tal mais biografia, já que Campos viveu na Escócia, numa sociedade um pouco diferente da portuguesa e ao revisitar