Lirismo
“mensagem voltada para a mensagem” (Roman Jakobson)
“um fingimento deveras” (Fernando Pessoa)
“design da linguagem” (Décio Pignatari)
“se faz com palavras e não com idéias” (Mallarmé)
“emoção recolhida com tranqüilidade” (Wordswrth)
“palavras olhando para si mesmas” (Cecília Meireles)
“ uma viagem ao desconhecido” (Maiakovski)
“ o que o meu inconsciente me grita” (Mário de Andrade)
“permanente hesitação entre som e sentido” (Paul Valery)
“ a liberdade da minha linguagem” (Paulo Leminski)
“a descoberta das coisas que eu nunca vi” (Oswald de Andrade)
“ a ida ao desconhecido para encontrar o novo” (Baudelaire)
A essas definições pderíamos acrescentar a de Rabelais, segundo a qual “a poesia é a virtude do inútil”, ou um conjunto de i-nutilidades, na expressão de Manoel de Barros.
Segundo essa visão, a poesia não serviria para nada, e é justamente por isso que é poesia. Se servisse para alguma coisa útil, como comprar, vender, trocar, não seria poesia, seria uma moeda, um objeto, um instrumento ou outra coisa qualquer. A poesia basta a si mesma, não é comunicação, mas expressão. Não comunica nada, não ensina nada, não é uma filosofia, uma ciência, uma doutrina.
Isso não significa que a poesia não seja uma forma de conhecimento, mas trata-se de uma forma de conhecimento muito específica, singularizada. Existem várias formas de conhecimento, fornecidas pelos mais diversos ramos do saber: a ciência, a filosofia, a religião. Uma depende da pesquisa, da investigação, outra depende da reflexão, outra depende da fé e assim por diante. A