Linguística
LOBATO, Lucia Maria Pinheiro. O que o professor de ensino básico deve saber de linguística? SEBPC. Fortaleza-CE, 2003.Pg. 1-11
KATO, Mary. A gramática do letrado: questões para a teoria gramatical. UNICAMP/CNPq, 2005. Pg.1-10
Resenhado por Bruno Bonadio Toledo°
Ressalta-se como ponto importante da linguística para o ensino em educação básica a visão não-preconceituosa sobre línguas e variedades de línguas, bem abordado por Lobato que levanta questões fundamentais sobre o que deve saber o professor de línguas. Deve-se considerar dois contextos distintos, o da fala e o da escrita.
Kato inicia seu texto dizendo que há a gramática da fala e há a gramática da escrita, postula que existe uma distância grande entre ambas, o que torna a aquisição desta pela criança semelhante a aprendizagem de uma segunda língua. Partindo desse pressuposto, depreende-se que o professor de línguas deve considerar a gramática de seu aluno, essa se estabelece por meio de competência e criatividade, visto que a criança, conforme registrado por Duarte, reinventa sua língua através de um processo rápido.
Chega-se a uma problemática, a gramática taxonômica abarca tais questões? Lobato em um primeiro momento define gramática como algo estático, como um compêndio com descrições de uma língua. Logo, como ensinar gramática? Deve-se partir de um outro sentido, esse dinâmico, em que a gramática é vista, determinado de forma célebre por Lobato, como um construto mental, que cada membro da espécie humana desenvolve quando exposto a dados de língua. Assim sendo, o ser humano é dotado de uma faculdade de linguagem, de uma gramática universal, as quais devem ser levadas em consideração no ensino de línguas.
Torna-se fundamental que o professor perceba essa diferença entre gramática estática e dinâmica e trabalhe em sala de aula com gramática nessa última acepção, considerando o caráter