linguagem
A PSICOLOGIA e a Educação sustentam relações contestáveis. Ao longo dos tempos, a Educação, através de um processo histórico de encobrimento da realidade social e política, vem se servindo do conhecimento científico produzido pela Psicologia. As contribuições desta ciência não são escassas nem insignificantes. Todavia, é inegável que a Psicologia, com sua postura apolítica e sua visão naturalizante de homem, consentiu inúmeros reducionismos no entendimento de fenômenos que emanam do cotidiano educacional.
As relações entre Psicologia e Educação não são recentes. Alguns autores assinalam que a Psicologia já influenciava as práticas educativas antes mesmo de ser instituída como ciência no final do século XIX, ou seja, quando ainda pertencia ao campo da Filosofia. Outros autores, em contrapartida, argumentam que a Educação somente necessitou do conhecimento psicológico a partir do movimento escolanovista, portanto, não se poderia falar de Psicologia na Educação até o início do século XX.
Carvalho (2002), ao discorrer sobre a vinculação histórica entre essas duas áreas do conhecimento, defende a tese de que a Psicologia sempre direcionou os processos educativos. Esta autora demarca três momentos distintos de direcionamento da Psicologia, sendo o primeiro deles o período de reflexão filosófica. Segundo Carvalho, as idéias psicológicas elaboradas por filósofos já direcionavam as teorias e práticas educativas.
Por outro lado, Bock (2003) argumenta que a Educação não precisou da Psicologia até o início do século XX. Segundo esta autora, a Escola Tradicional, que vigorava até então, fundamentou suas práticas numa concepção religiosa da natureza humana; logo, a verdade sobre o homem já era revelada, não cabendo aqui qualquer conhecimento psicológico.
A polêmica na história da relação entre Psicologia e Educação não se esgota na história. As indefinições da Psicologia somadas à complexidade intrínseca ao cotidiano escolar trouxeram graves