LINGUAGEM
LITERÁRIA E NÃO
LITERÁRIA
Leia estes textos:
A escravidão dos negros, no Brasil, é uma marca que mancha a nossa história. Mesmo com a “libertação dos escravos”, através da Lei Áurea, a escravidão continua a deixar seu rastro por muitos e muitos anos. Grandes injustiças sociais foram cometidas contra os cidadãos afrodescendentes que, ao receber a chamada “liberdade” foram, de um dia para o outro, jogados ao deus-dará, sem ter emprego fixo, moradia ou alimentos, criando-se assim outro problema tão grave quanto a escravidão: levas e levas de ex-escravos que vagavam pelas cidades, sem ter quem os acolhesse. Logo em seguida, ao invés de contratar os serviços dos recém libertos, o Brasil resolveu investir em agricultores trazendo europeus, principalmente os italianos, para cuidar da lavoura, tarefa que antes era exercida exclusivamente pela mão de obra escrava. (Neves)
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
(...)
(Castro Alves in Navio
Negreiro)
•Os dois textos tratam de uma mesma realidade: a escravidão negra.
O literário depreende emoção, envolve e aguça a imaginação do leitor, colocando vários sentidos em cada palavra.
•O não literário é direto e informativo, inclusive na indignação, com a preocupação de proporcionar um processamento imediato das informações. •
A diferença fundamental entre o texto literário e o texto não literário é que, no primeiro, predomina a função estética, e no segundo, a função utilitária.
Função estética
• A função estética que caracteriza o texto literário tem como principais traços:
a plurissignificação,
a desautomatização da percepção ,
a conotação,
a relevância do plano de expressão,
a intangibilidade da organização