linguagem

DE FREGE A SCHLICK (ou: Das condições de verdade ao método de verificação).
Distinguimos (com Frege) o sentido das expressões, por um lado, tanto da referência da expressão quanto das representações mentais associadas a elas, por outro lado. Também reconhecemos que o sentido de uma expressão consiste no modo específico como ela caracteriza seu objeto referido (“o sentido é o modo de apresentar a referência”), o que sobressai ao empregarmos a expressão em uma sentença para falar do mundo, isto é, para dizer algo determinado.
Ao proferirmos uma sentença dizemos algo e o que é dito é o sentido da sentença, isto é, é o pensamento expressado na sentença proferida. Coloca-se então a questão: (1) Em que consiste o pensamento expressado em uma sentença? Em outras palavras: (2) Em que consiste, para o falante, compreender uma sentença proferida, isto é, apreender nela o que é dito?
Quanto à questão tal como formulada em (1), podemos responder (com Frege) que especificamos o pensamento expressado na sentença proferida ao especificarmos suas condições de verdade, isto é, ao levarmos em conta o que a faria ser verdadeira (caso ela fosse verdadeira), vale dizer, ao especificarmos como as coisas precisariam ser no mundo para que o que é dito seja verdadeiro.
À questão tal como formulada em (2), responderíamos então: Compreender uma sentença proferida, isto é, apreender o que é dito consiste em reconhecer quais condições precisam ser satisfeitas para que o falante assinta no que foi dito, vale dizer, consiste em saber qual fato precisaria vigorar no mundo para que o falante considere aceitável o que é dito como sendo verdadeiro1.
O que aprendemos com essas respostas? Em uma linha de interpretação que, por um bom tempo, foi muito bem sucedida sob o título de “Verificacionismo”, essas respostas nos levariam ao seguinte resultado: “O sentido de uma sentença (=o que é dito) consiste no método para sua verificação” (cf. Schlick: Sentido e Verificação). Vale dizer: Se o