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UM PANORAMA SOBRE O CORPO COMO LINGUAGEM E A PINTURA NA CRÍTICA AO CARTESIANISMO POR MERLEAU-PONTY

Arlan Medeiros Barros (UFCG)

RESUMO: Apresentamos um breve panorama do que Merleau-Ponty chama de corpo, dentro de sua possibilidade ontológica, de ser expressão dessa condição sublimada, e, como criticando a ciência cartesiana com seus modos de aperfeiçoamento da percepção visual humana, traça um novo paradigma de que se serve na análise como o pintor, eu encarnado, traz em simples gestos de pinceladas um novo mundo, ainda não descoberto.
Palavras-chave: pintura. fenomenologia. corpo.

Maurice Merleau-Ponty escreve no verão de 1960 o brilhante ensaio “O Olho e o Espírito” para demonstrar sua Filosofia tomando como analogia a pintura, aborda as relações que sujeito-objeto, para o que é vidente e visível forma ou disforma a realidade, do que é essencialmente fenomênico. Para ele o mundo fala ao nosso corpo, animado e vivente, na relação que os objetos imprime na superfície de nossas retinas suas propriedades, a visão coleta suas nuances em cores e formas singulares. Desse ponto de partida que a experiência, seja tomada numa interpretação empirista ou racionalista pela via da tradição filosófica, tenta estabelecer a base de um conhecimento inédito, que pretendemos tratar nesse breve panorama. O pensador francês pretende tirar desse âmbito isolado a experiência, por sua vez cristalizada nessa tradição empoeirada e opaca, uma nova dimensão da Filosofia e fazer daquela experiência do pintor uma nova postura ontológica isso porque “a ciência manipula as coisas e renuncia a habitá-las”. A ciência em suas técnicas revela uma certa distância com o mundo que lhe é objeto de sua análise, e somente divulga e acrescenta meios que facilitam nossa “leitura” da totalidade de seus fenômenos. A linguagem merleaupontiana em “O Olho e o Espírito”, se demora um pouco mais em “pincelar” algumas críticas ao racionalismo cartesiano e seu ramo de investigação