Linguagem
A autora inicia seu artigo com uma citação de Anísio Teixeira sobre a existência de dois mundos, o do sistema (oficial) e o mundo real, discursando assim, sobre o disparates daquilo que é colocado em pauta, é previsto em legislação, mas que na prática do mundo vivido é ignorado ou distorcido pelo sistema político que rege o país, com seus interesses e descasos em voga. O texto retoma a luta histórica dos educadores que no mundo real tenta modificar atitudes autoritárias dos governantes e práticas prejudiciais que interferem na qualidade de ensino e na valorização dos profissionais de uma importante e indispensável classe na sociedade, a de professor. A princípio, Iria Brzezinski faz uma contextualização da situação política e social que atravessa o país em face da nova lei de diretrizes e bases da educação que acaba de ser sancionada em 1996, pelo então presidente da república Fernando Henrique Cardoso. A realidade brasileira é de desigualdade estonteante entre as classes sociais pela má distribuição de renda, em que uma minoria é detentora de 60% da riqueza do país e o restante fica para a maior parte da população. Outro dado alarmante é o grande investimento dos recursos do PIB aplicados na educação 3,7%. É neste contexto que o Brasil pretende em 10 anos erradicar o analfabetismo e após décadas de elitização do ensino superior admitir apenas profissionais graduados para a atuação no magistério ao término da denominada década da educação. Oficialmente, alguns aspectos da área da educação passam a ter olhares de maior importância segundo a autora. Porém, na prática o país sofre com o prolongamento do descaso em todas as esferas do ensino, principalmente na desvalorização do profissional atuante. O governo chega a sugerir privatizações no setor para “solucionar” os problemas recorrentes. Outro sinal de descaso com a classe docente