linguagem corporal

1. Introdução

Em uma negociação, é evidente que a dominação dos conceitos linguísticos, a argumentação clara e precisa e o uso adequado de termos e recursos expressivos são determinantes para as decisões das partes e para forma de conclusão da negociação .
Ademais, a retórica, a dicção, a entoação do discurso são elementos indispensáveis que devem ser objeto de analise do negociador. Entretanto, assume um papel fundamental e indispensável o conhecimento dos recursos expressivos mais primitivos do homem, os quais eram capazes de substituir frases inteiras e comunicar sentimentos e ideias de forma sincera e precisa. Nem sempre as palavras e os gestos comunicam a mesma mensagem, daí a importância do conhecimento e dominação da linguagem corporal.
A comunicação verbal atrelada a concepção de idioma e ao conhecimento de palavras é talvez o instrumento mais frequente de comunicação que nos atentamos a conhecer. O homem desenvolveu a habilidade de exprimir-se por meio de palavras que carregam consigo símbolos, ideias , objetos e abstrações que antes da linguagem verbal eram possíveis apenas por meio de ruídos e gestos.
Em Budapest, Chico Buarque descreve a língua como essência da personalidade do homem . O autor revela uma relação visceral com as palavras, relacionando a existência humana como necessariamente dependente de palavras capazes de formar uma personalidade e construir memória.
No entanto, a construção comunicativa verbal faz-se imprecisa e vaga em muitas situações. As palavras muitas vezes permanecem em sua incompletude, sinalizam algo de modo vago, não cumprem com sua mensagem ou ainda permanecem desconhecidas na complexidade de um idioma. A linguagem corporal, segundo pesquisa de Albert Mehrabian , abrange 55 % do conteúdo da mensagem que busca ser transmitida entre o emissor e o receptor. Os frequentes gestos, a disposição corporal , o olhar e o sorriso , por exemplo, possuem extrema importância e sobrevivem mesmo com a utilização dos meios