Lingua portuguesa
Assim, a variedade padrão ou língua padrão, está associada ao nível culto da língua. De acordo com Irandé Antunes (2007), a língua padrão é “um projeto da sociedade letrada que pretende garantir, para a comunidade nacional, certa uniformidade linguística; uniformidade aqui entendida como o cuidado por criar uma língua comum, estandardizada, com ênfase no geral, e não em particularidades regionais, locais ou setoriais.” Percebe-se, portanto, que a ideia subjacente ao conceito de língua padrão é a unificação linguística, na tentativa de facilitar a interação pública, neutralizando certos usos.
No entanto, na prática, retomam-se os parâmetros definidos por uma classe social de prestígio e por certos órgãos oficiais que sistematizam o que se costuma chamar de “o melhor uso da língua”, e tudo o que foge ao padrão é inferiorizado, desprestigiado e faz parte da variedade não padrão, que está associada ao nível coloquial ou popular da língua.
Como vimos anteriormente, esse é o nível que assimila as mudanças provocadas pelo próprio fluxo natural da língua, ao incorporar novos usos, mas que são vistas como decadência, degeneração ou “erros”. Segundo Irandé Antunes (2007), o problema é que o movimento da língua ficou inexoravelmente destinado a ser do melhor para o pior. Para a autora, no entanto, toda mudança na língua tem sua lógica e sua motivação, o que possibilita que um padrão possa ser substituído por outros.
Por outro lado, segundo Preti (2003), a noção de língua padrão serve diretamente às intenções do ensino, no sentido