Lingua eliberdade
Nesse sentido, o autor quer expressar a idéia de que gramática e comunicação são bem diferentes. Um teórico gramatical – que sabe regras de acentuação e ortografia – não, necessariamente, é capaz de se comunicar com precisão. Ao contrário, por exemplo, de um escritor. Este, sim, escreve coerentemente; consegue transmitir realmente o que quer e muitas vezes, não sabe absolutamente nada de teorias gramaticais.
A língua é flexível, está em mudança constantemente. "A gramática disciplina, código normativo, que tende à fixação e inflexibilidade, portanto à morte" (p.22). A gramática de um país deve evoluir junto com a população que fala tal língua. E por isso devem ser revisadas, assim como todo dicionário.
A verdadeira gramática é construída pelo povo. Não somente, pelos humildes, mas também por professores e pessoas com um nível escolar elevado. "Literatura também é coisa do povo, com suas lendas, provérbios, canções" (p. 28).
Mas e os professores e profissionais teóricos da língua? Se não ensinarão regras, ensinarão o quê? Os professores serão responsáveis por enriquecer o nível de comunicação de seus alunos; trabalharão para um aperfeiçoamento da gramática inata (implícita).
Luft faz uma dicotomia entre gramática natural, porque é da natureza de qualquer língua, e é natural do ser humano, assim como aprender a andar. E a gramática artificial, porque "aprendemos" na escola, somos ensinados. É o estudo de regras gramaticais.
O "saber lingüístico do falante nativo" é o que vai constituir a internalização das regras