lingua brasileira de sinais
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Surdez, como qualquer outro conceito, sofre mudanças e se modifica no decorrer da história. Estamos atravessando um momento de redefinição deste conceito. Historicamente se sabe que a tradição médico-terapêutico influenciou a definição da surdez a partir do déficit auditivo e da classificação da surdez (leve, profunda, congênita, pré-lingüística, etc.), mas deixou de incluir a experiência da surdez e de considerar os contextos psicossociais e culturais nos quais a pessoa surda se desenvolve; é justamente destes aspectos, dentre outros, que os Estudos Surdos passam a se ocupar. Os Estudos Surdos se lançam na luta contra a interpretação da surdez como deficiência, e contra a visão da pessoa surda enquanto indivíduo deficiente, doente e sofredor. De acordo com os estudiosos os surdos, enquanto grupo organizado culturalmente não se define como “deficientes auditivos”, ou seja, para eles o mais importante não é frisar a atenção sobre a falta/deficiência da audição - os surdos se definem de forma cultural e linguística. Podemos definir uma pessoa surda como aquela que vivencia um déficit de audição que o impede de adquirir, de maneira natural, a língua oral/auditiva usada pela comunidade e utilizam de estratégias cognitivas de manifestações comportamentais e culturais diferentes da maioria das pessoas que ouvem. Nos estudos surdos não se utiliza a expressão “deficiente auditivo” numa tentativa de mudar o conceito de surdez, assim como aprendemos desde cedo a se expressar desta forma e no contexto médico-clínico também é utilizado a expressão “deficiente auditivo”, enquanto que o termo “surdo” está mais habituado ao marco sócio-cultural da surdez. De acordo com a nossa pesquisa aprendemos que é enfatizada a diferença, e não a deficiência, porque crêem que é nela que se baseia a essência psicossocial da surdez. Os conflitos e diferenças que surgem referem-se a formas de ser. Esta questão é tão séria por que muitos surdos alegam que nasceram surdos, mas, na verdade,