Linfossarcoma Multicêntrico em Cão
O desenvolvimento tumoral caracteriza-se por uma alteração celular com formação de uma população de células que têm a capacidade de crescer e de se dividir de uma forma anómala, ultrapassando os limites de regulação celular normais (Waters, 2006). Os tumores malignos são aqueles que apresentam capacidade tanto de invasão local como de metastização (Argyle, 2003). O aumento da prevalência de neoplasias em canídeos torna-se um problema cada vez mais presente no dia a dia de uma clínica ou hospital veterinário. Esta situação pode dever-se em parte ao aumento da esperança média de vida dos canídeos (Gobar, Case & Kass, 1998) . Os linfomas são um grupo diverso de neoplasias malignas sólidas que têm em comum a sua origem em células linfóides (Vail, 2003). O termo linfoma é aplicado geralmente às neoplasias primárias dos tecidos extramedulares (Correia, 2006). Caracterizam-se por uma proliferação anormal de células linfóides malignas em praticamente todos os órgãos ou tecidos, sendo os órgãos sólidos hematopoiéticos (linfonodos, baço) os mais afectados. Existe a possibilidade do aparecimento de lesões na medula óssea e do desenvolvimento de leucemia a acompanhar esta doença. Neste estadio avançado de linfoma maligno (LM) o diagnóstico pode revelar-se inconclusivo quanto à origem, medular ou extramedular, da neoplasia (Vail & Young, 2007).
Existem dois tipos de linfomas, a doença de Hodkin’s, cujo tecido tumoral contém células específicas, as células Reed-Sternberg, e o linfoma não-Hodgkin’s. O linfoma maligno canino (LMC) pode ser mencionado como linfoma não-Hodgkin ́s, de acordo com a terminologia humana. A doença de Hodgkin ́s não foi ainda reconhecida nesta espécie (Fournel-Fleury et al.,