florbella espanca "Eu"
O poema é um soneto, portanto composto de quatro estrofes, sendo dois quartetos e dois tercetos, apresenta versos decassílabos regulares com rimas ABBA ABBA CCC DCD.
No primeiro quarteto, nos dois primeiros versos:
Encontramos o tema da solidão (“perdida”) e o da incerteza do destino (“não tem norte”), ou seja, não tem um rumo certo na vida, um caminho a seguir. O “Andar perdida” pode nos remeter a acontecimentos de sua vida pessoal, como o fato de ter perdido a mãe muito cedo, de não conseguir ter filhos e a busca incessante do amor e da felicidade, que nesse contexto já tinha sido infeliz no primeiro casamento.
Nos dois últimos versos do quarteto, tem-se a presença do sonho e da dor, quando diz:
Por sonhar demais e ser considerada uma mulher diferente para sua época era incompreendida pela sociedade.
No segundo quarteto desenvolve o tema da morte e do destino, e mais uma vez a incompreensão. Em:
Florbela aparece com característica simbolista, e não só nesse verso também a presença de maiúsculas, reticências, etc. em outros versos do poema.
Neste verso mostra-se como tênue ou de pouca importância, e nos versos seguintes:
Ela encara o destino como forte e amargo, e que é o responsável por levá-la a morte. Assim a alma de Florbela é de luto, pela constante incompreensão por parte da sociedade. Temas como destino e morte são frequentemente tratados em decorrência de seus conflitos existenciais. No primeiro terceto ela destaca um fato muito importante de sua vida: a falta de atenção, a descriminação, o estereótipo que ela sofria por toda a gente pensar que estava sempre triste, mas confessa não saber o porquê de muitas vezes chorar. Não só falta de atenção à sua pessoa em si, mas também de suas obras que passaram despercebidas a sociedade.
No último terceto: Ela apresenta uma de suas principais características, a insaciabilidade, sua constante insatisfação, sempre sonhando com um Alguém e que um dia vai