Lineu
Durante milhares de anos, milhares de pessoas questionaram-se sobre quais as funções do cérebro, outros milhares sobre o que era realmente a mente e outros ainda sobre quais as funções da mente. Um pouco mais esclarecidos sobre estes três temas, estes milhares de pessoas depararam-se com um novo problema: qual a relação existente entre a mente e o cérebro?
Voltemos a distinguir o cérebro e a mente. O cérebro é uma estrutura física, um órgão, considerado por muitos como o mais importante, que controla tudo o que um indivíduo faz. A mente é um sistema integrador de processos dinâmicos em interacção: processos conativos, cognitivos e emocionais. Um pouco confuso não? De uma forma mais simples, a mente constitui o lugar da actividade psíquica, considerada na sua totalidade, englobando operações conscientes e não conscientes, entre elas as emoções e os sentimentos. Assim, a mente é algo imaterial, invisível e, portanto, não palpável.
O desenvolvimento do cérebro ao longo da nossa vida é condicionado não só pelo meio em que estamos inseridos, mas também pelas experiências que temos. Uma prova disso é o caso das crianças selvagens que vivem num ambiente diferente do comum e têm experiências diferentes das nossas. Como tal, os cérebros destas crianças não se desenvolvem de forma igual à das pessoas comuns.
Mas, também a mente é capaz de influenciar o desenvolvimento do cérebro do ser humano. O facto de nós exercitarmos mais ou menos a mente, compromete o desenvolvimento do cérebro. Isto significa que o desenvolvimento da mente influencia o do cérebro, da mesma forma que o desenvolvimento do cérebro influencia o da mente.
Esta última condição é novamente verificada com o caso das crianças selvagens. A essência de uma pessoa está na existência de funções mentais que permitem a ela pensar e perceber, amar e odiar, aprender e lembrar, resolver problemas, comunicar-se através da fala e da escrita, criar e destruir civilizações. Ora,