Limpando os sete sapatos sujos de mia couto
Num contexto de constantes transições e inquietações da imprensa, na abordagem comunicacional sobre a saúde no Brasil, faz-se necessário repensar a atividade do profissional de comunicação para que seja condizente com os desafios de informar, sem polemizar, sobre a atual realidade estrutural de saúde no país, reconhecendo o seu papel na formação de opinião pública. Desta maneira, o presente trabalho tem o objetivo de analisar as concepções e percepções do escritor moçambicano Mia Couto, em seu texto “Os Sete Sapatos Sujos”, e aplicar essa análise sobre a comunicação atual em saúde e sobre o Sistema Único de Saúde – SUS.
• Primeiro Sapato: A ideia de que os culpados são sempre os outros.
O exercício cotidiano de leitura crítica dos meios de comunicação de massa é fundamental para a cidadania. Se tiver uma manchete num jornal, é só procurar o mesmo tema em outros e confrontar o que eles dizem. Pode-se perceber que nossa imprensa se posiciona da mesma maneira que escreve nas manchetes e na decisão sobre que acontecimentos dar maior ou menor visibilidade. Normalmente, a leitura sobre o SUS não se apresenta “positiva”, mas não vale a pena apenas criticar os meios de comunicação, ao contrário, de forma propositiva, cabe ao comunicador contribuir para uma formação crítica e consciente da realidade dos serviços de saúde no Brasil.
O comunicador que deseja falar sobre saúde precisa, no meu entendimento, compreender do seu papel como indutor e propagador da informação. Também deve desenvolver estratégias, visando contribuir para a melhoria da informação sobre o tema.
• Segundo Sapato: A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho.
A relevância de cursos de Comunicação em Saúde, como o proposto pela Escola de Saúde Pública do RS, reside na possibilidade de propiciar aos comunicadores (mesmo ainda em formação) subsídios para enriquecer a compreensão e importância do