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A década de 1890 marcou o início de um período de concentração e modernização dos serviços públicos no Brasil e, em especial, aqueles relacionados à introdução da energia elétrica no processo de urbanização das principais cidades brasileiras. A cidade de São Paulo, como uma das mais populosas capitais do país e centro comercial e econômico, não poderia deixar de assimilar tais transformações, incorporando as inovações com os serviços de eletricidade para bondes e iluminação pública e particular, além da energia elétrica para fins industriais. Como o uso da energia elétrica exigia das empresas prestadoras de serviços públicos maiores investimentos, a transição para o século XX seria o período em que as tradicionais empresas locais tenderiam a passar por um processo intensivo de unificação, ou mesmo fechamento, cenário este que culminaria com a formação de grandes empresas, como o grupo Light.
A São Paulo Tramway, Light and Power Company, mais conhecida como Light São Paulo, foi uma empresa de capital canadense fundada em 7 de abril de 1899 em Toronto, no Canadá, que atuou em São Paulo em atividades de geração e distribuição de energia elétrica e no setor de transportes, com a implementação dos bondes elétricos. Já em 1899, autorizada por decreto do então presidente Campos Salles, a atuar no Brasil, a Light iniciou seus projetos na cidade paulista.
Entre 1900 e 1930, a Light realizou inúmeras obras de expansão dos serviços de energia elétrica na capital de São Paulo e municípios vizinhos, construindo em 1908 a represa de Guarapiranga e usinas hidrelétricas, como a Edgar de Souza e a Rasgão, localizadas no Rio Tietê, em Santana de Parnaíba. Eram obras necessárias para acompanhar o crescimento econômico e populacional da cidade e o consecutivo aumento do consumo de energia elétrica. Mais tarde, na década de 1940, a Light também foi responsável pela retificação dos rios Tietê e Pinheiros e pela construção da represa Billings e