Ligação entre Marx e a Teologia da Libertação
O homem da segunda metade do século XX está inebriado com o que a tecnologia tem a proporcionar, pois foi inundado de bens materiais. Ele não se preocupa com o “além-vida”, por isso a igreja tem se de adaptar a esse homem materialista. Ao longo do processo, a Teologia da Libertação (TdL) utiliza instrumentos da sociologia e da história para encontrar os motivos da desigualdade social extrema na América Latina. Numa das explicações encontradas verificou-se, inicialmente, a exploração colonial e, depois, o capitalismo que exporta a pobreza dos países centrais para os periféricos. Além disso, o uso do marxismo e sua aproximação da TdL se deu, grande parte, pela ligação entre cristãos e marxistas na América Latina durante as lutas populares nos confrontos contra os regimes totalitários. Na leitura marxista da TdL, a luta de classes (o motor da história) não se resumiria a esfera estrutural apenas em burguesia e proletariado (como na leitura do marxismo ortodoxo),e sim, permeava em todas as relações humanas socialmente construídas: de gênero, étnicas ou religiosas. Portanto o Marx da TdL não apresenta um projeto político de um socialismo científico que caminharia ao comunismo, e sim, um Marx mais humanista, menos dogmático e mais dialético na interpretação histórica, ou seja, que compreende as causas da pobreza , as contradições do capitalismo e as formas de luta de classes. No caso da interpretação cristã, de acordo com os valores da fé. A TdL propõe refletir o cristianismo sobre uma nova ótica: a do oprimido, mas, em sua leitura marxista, o oprimido seria o proletariado. O “povo de Deus” seriam pessoas politicamente esclarecidas e conscientes de sua classe. Ela não prega nenhuma verdade revelada, o homem seria apenas ação prática ou “práxis” (no jargão marxista). A libertação cristã se daria apenas da luta sociopolítica e se realizaria aqui na terra, não no céu. A verdade de Jesus se transformara numa verdade