Licuri
Cícera Izabel Ramalho
1. Introdução
A caatinga, vegetação típica do semi-árido tem sido descrita na literatura como pobre e de pouca importância biológica. Porém, levantamentos mostram que este ecossistema possui um considerável número de espécies endêmicas que devem ser consideradas como um patrimônio biológico de valor incalculável. Além da grande importância biológica, a vegetação da caatinga apresenta um potencial econômico ainda pouco valorizado. Em termos de potencialidade frutífera, entre outras plantas, destaca-se o licuri que por ser uma palmeira totalmente aproveitável, vem sendo amplamente explorada desde os tempos coloniais (KILL, 2002).
O licuri (Syagrus coronata) é uma palmeira bem adaptada às regiões secas e áridas da caatinga e possui grande potencial alimentício, ornamental e forrageiro, sendo o seu manejo de grande importância para essas regiões visto que as mesmas apresentam limitações para a agricultura. No entanto, essa cultura ainda é explorada de forma extrativista. A otimização do uso dessa palmeira, certamente contribuirá para melhoria da qualidade de vida da população, tanto com a utilização dos seus frutos na alimentação humana, pois estes apresentam um bom valor nutricional, como também para aumentar o desenvolvimento sócio-econômico do semi-árido gerando renda para a população pela utilização das folhas do licuri, para fabricação de artesanatos.
2. Taxonomia e origem
O licuri (Syagrus coronata) (Martius) Beccari, pertence à família Arecaceae, subfamília
Arecoideae, tribo Cocoeae, subtribo Butineae (Noblick, 1991). Segundo Uhl et al. (1995), essa subfamília reúne atualmente 115 gêneros e 1500 espécies, sendo a maior entre as
Arecaceae. É uma palmeira típica do semi-árido nordestino, a espécie tem uma nítida preferência pelas regiões secas e áridas das caatingas, abrangendo o norte de Minas Gerais, ocupando toda a porção oriental e central da Bahia, até o sul de Pernambuco,