licenciatura
As bases para a experiência dos Ginásios Vocacionais, que a princípio, seria expandida para toda a rede estadual de São Paulo, começaram em 1959. “Havia uma proposta de reforma do então ensino secundário profissional que passaria a se chamar Ensino Industrial, para os homens, e Educação Doméstica para as mulheres”. “Nesse projeto havia quatro artigos sobre a criação de Ginásios Vocacionais, que seriam uma transição da educação básica para o novo sistema”. Paralelo a isso, o Ministério da Educação e Cultura aprovou uma portaria que permitia a criação de classes experimentais, nas quais novas propostas pedagógicas seriam postas em prática. “As classes experimentais de Socorro, em particular, começaram a conceber uma nova proposta pedagógica, a partir das ideias de uma professora, chamada Maria Nilde
Mascellani”.
Em 1961, o então secretário da Educação de São Paulo, Luciano de Carvalho, gostou da experiência de Socorro. “Ele quis expandir o modelo e inseriu um apêndice na legislação de reforma do secundário, que criou o Serviço de Ensino Vocacional [SEV], sob responsabilidade da professora Maria Nilde”.
Maria Nilde Mascellani nasceu em São Paulo, em 1931. Formou-se pedagoga na USP.
Assumiu a coordenação do Serviço de Ensino Vocacional, onde sofreu inúmeras pressões, até ser presa pela ditadura, “indiciada no inquérito policial sobre atividades subversivas para sovietizar o país”, segundo sua ficha do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), de
1974.
Depois de liberta, Maria Nilde criou um centro educacional na Faculdade de Psicologia da
PUC-SP, onde foi professora, a partir de 1970.
“O SEV garantia uma autonomia administrativa muito grande na gestão das novas escolas. A proposta era levar os alunos ao engajamento e transformação do meio”, conta Chiozzini.
“Todo esse processo foi muito influenciado pelo intenso movimento intelectual dos anos
1960”.
Com todo currículo pautado em Estudos Sociais, as aulas não eram