Licenciatura
O governo de Getúlio Vargas que se inicia em 1930, após o golpe apoiado pelos militares que o ajudaram a assumir o poder, foi marcado por uma política de total controle do aparelho do Estado. Uma característica que confirma esse aspecto é a nomeação de interventores, tenentes em sua maioria e de confiança, para governar os Estados, além de suspender a Constituição até então vigente. Tal medida, mais tarde iria ocasionar a Revolução Constitucionalista de 1932, um marco na história do Brasil.
Visando um governo que mantivesse o povo ao seu lado, este que passava por uma situação de miséria e abandono, Vargas promove uma série de mudanças nada condizente com a seu discurso de permanência provisória. Criou os ministérios do Trabalho e Comércio e o da Educação e Saúde Pública, além de regulamentar os direitos trabalhistas que perpetuam até os dias de hoje.
Em decorrências das medidas controladoras de Getúlio, as elites paulistas resolveram organizar uma oposição para exigir uma nova Constituição e a mudança do interventor indicado por Vargas. Mesmo com algumas concessões feitas pelo governo, a oposição buscando maior participação política continuou pressionando o governo. A morte de 4 estudantes, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, acabou gerando a sigla MMDC e tornou-se símbolo da luta de São Paulo contra o governo Vargas, que culminou em 9 de julho de 1932 na Revolução Constitucionalista. Após 3 meses de luta, e a derrota dos paulistas, o governo Vargas saiu fortalecido e consolidado.
Durante todo o período de seu governo, Getúlio Vargas conciliou seu poder com os interesses das elites paulistas, fez uma nova Constituição em 1934, além de lidar com vários conflitos, oposição, e até mesmo criar um falso golpe de Estado, o Plano Cohen, para manter-se no poder e iniciar assim um período ditatorial que iria de 1937 até 1945, conhecido como Estado Novo.