Licao3
Helge Kåre Fauskanger
(helge.fauskanger@nor.uib.no)
Tradução
Gabriel “Tilion” Oliva Brum
(tilion@terra.com.br)
LIÇÃO TRÊS
Número dual.
Variação de radical.
NÚMERO DUAL
A lição anterior abordou duas formas plurais do quenya: o um tanto misterioso “plural partitivo” em -li, e o plural “normal” tanto em -r como em -i (dependendo principalmente da forma da palavra). Como vários idiomas “reais”, o quenya também possui uma forma dual. Número dual se refere a duas coisas, um par de coisas. O dual é formado com uma das duas desinências: -u ou -t.
Dentro da linha de tempo fictícia imaginada por Tolkien, estas duas desinências possuíam originalmente significados um tanto diferentes, e assim não eram completamente intercambiáveis. Uma nota de rodapé em Letters: 427 fornece alguma informação sobre isto. A desinência -u (do élfico primitivo -û) era usada originalmente no caso de pares naturais, de duas coisas ou pessoas de algum modo juntas como um casal lógico. Por exemplo, de acordo com o VT39: 9, 11, a palavra pé “lábio” possui a forma dual peu
“lábios”, referindo-se ao par de lábios de uma pessoa (e não, por exemplo, ao lábio superior de uma pessoa e ao lábio inferior de outra, que seriam apenas “dois lábios” e não um par natural). O substantivo veru, que significa “par casado (casal)” ou “marido e mulher”, possui forma dual; neste caso, não parece haver um singular correspondente para “cônjuge”
(mas temos verno “marido” e vessë “esposa”, a partir da mesma raiz; ver LR: 352). O substantivo alda “árvore” ocorre em forma dual com referência não a qualquer par casual de árvores, mas às Duas Árvores de Valinor: Aldu.
Note que se a desinência -u é adicionada a um substantivo terminando em uma vogal, esta vogal é retirada: assim, a dual de alda é aldu ao invés de **aldau – embora uma palavra citada em PM: 138, reproduzindo um rascunho para os Apêndices do SdA, parece sugerir que Tolkien considerou, por um momento, precisamente a última forma. Há também uma fonte