1. Introdução Partimos do conceito de que o contexto em que o surdo vive é toda uma cultura. Destaca-se também que a surdez não traz consigo somente a perda do sentido da audição, mas também a criação de todo esse contexto cultural surdo. E essa compreensão de Cultura Surda é fundamental para o entendimento da Psicologia da Surdez. Uma das primeiras características peculiares e talvez a mais óbvia que se pode ressaltar em relação à Cultura Surda é a sua língua, que é a de sinais. Mas não se devem reduzir as diferenças culturais somente a diferenças de línguas, embora este seja um ponto fundamental e interessante no que diz respeito à relação Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. As diferentes culturas não trazem só diferenças meramente linguísticas ou de costumes, mas também de toda uma percepção do mundo ao redor atrelada às suas experiências e vivências daquele contexto. Então, a Cultura Surda traz consigo sua própria língua, costumes, percepções de mundo e vivências (na Cultura Surda, particularmente, vivências quase na sua totalidade frente a outro contexto cultural, no caso o ouvinte). Sobre a educação dos surdos e como ela deve acontecer no contexto escolar têm sido motivos polêmicos, pois não basta somente que seja incluído em classes normais, mas principalmente que seja atendido nas suas necessidades lingüísticas. A lei 10.436 (24/04/2002) reconhece a legitimidade da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS - e com isso seu uso pelas comunidades surdas ganham respaldo do poder e dos serviços públicos. Esta lei foi regulamentada em 22 de dezembro de 2005, pelo Decreto de nº. 5.626/05 que estabelece a inclusão da LIBRAS como disciplina curricular nos cursos de Magistério, Pedagogia e Fonoaudiologia, do ensino público e privado, e sistemas de ensino Estaduais, Municipais e Federais.
2. Surdez nas perspectivas médica, educacional e cultural, abrangendo a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a Cultura Surda.