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CONCEPÇÕES DE SURDEZ DOS MODELOS CLÍNICO-TERAPÊUTICO E SÓCIO-ANTROPOLÓGICO
Surdez: diferença ou deficiência?
A compreensão da surdez como deficiência ou diferença depende do conceito teórico observado. Os dois construtos mais latentes e observados são: CLÍNICO-TERAPÊUTICO E SÓCIO-ANTROPOLÓGICO.
CONSTRUTO CLÍNICO-TERAPÊUTICO: esse modelo impôs uma visão estritamente relacionada com a patologia, com o déficit biológico, se traduziu educativamente em estratégias e recursos de índole reparadora e corretiva.
Existe um momento na história em que as crianças foram tiradas da escola, do âmbito pedagógico e obrigadas a transitar pelo domínio da medicina, de acordo com um processo que alguns autores chamam a medicalização da surdez. Medicalizar a surdez significava procurar a cura do problema auditivo, à correção do defeito da fala, o treinamento como leitura labial entre outros.
Essas ações causaram ao surdo isolamento comunicativo e verdadeiras privações sociais em sua infância, que foram obrigados a falar e violentados em sua intimidade, sendo proibido o uso da língua de sinais. “a psicologia da surdez confunde a natureza biológica do déficit auditivo com a natureza social consequente ao déficit, este erro conduz à crença de que toda problemática social, cognitiva, comunicativa e linguística dos surdos depende por completo da natureza e do tipo de déficit auditivo. Por isso se pode falar de uma atribuição natural à surdez e aos surdos, isto é, conferir á surdez e, sobretudo aos surdos, toda responsabilidade pelas dificuldades que podem encontrar em seu desenvolvimento e em sua educação”
( MOTTEZ, 1997,op. cit).
A surdez era vista como uma deficiência. Uma doença que precisava de cura, tendo o oralismo o parâmetro de normalidade, esses sistemas causaram maiores confusões nas mensagens linguísticas, menores possibilidades de acesso à informação, e, sobretudo, se transformam em verdadeiros obstáculos para que as crianças