libras
O presente trabalho trata da Língua Brasileira de Sinais – Libras como disciplina nos cursos de graduação do ensino superior. Este estudo tem como objetivo principal analisar a concepção dos discentes de instituições de ensino superior sobre a disciplina Libras e como ela pode repercutir na formação profissional desses discentes de acordo com a teoria sócio-antropológica da surdez, entendendo que o sujeito surdo tem uma língua própria que o permite interagir com o mundo e estabelecer relação com os outros, criando assim valores e códigos que constituem sua cultura. O foco deste trabalho foram os discentes da disciplina, considerando que estes serão os profissionais que atuarão para o cumprimento da Lei de Libras, que discorre sobre a difusão e uso da Libras na sociedade como um todo, mas com ênfase nos ambientes educacionais. Foram pesquisados 96 alunos da disciplina Libras de duas instituições de ensino superior. Os dados foram coletados com a aplicação de um questionário com perguntas abertas e fechadas. Os resultados apontaram o perfil do aluno da disciplina como estudante universitário com idade entre 20 e 25 anos, cursando do 3º ao 6º semestre de cursos da área de humanas. Demonstram também que a carga horária da disciplina é considerada insuficiente ou regular, mas que a maioria dos estudantes finaliza o curso se sentindo capaz de se comunicar em nível básico com surdos, mas sem compreender questões relevantes sobre a comunidade surda como sua história. Conclui-se então que a disciplina Libras necessita de uma estruturação curricular que contemple um aprofundamento não só no ensino da língua como também nos aspectos culturais da comunidade surda. Faz-se necessário repensar como as Instituições de Ensino Superior - IES tem se posicionado perante a legislação vigente, já que a disciplina cumpre requisitos legais, mas ainda não cumpre plenamente requisitos sociais.
ANJOS, Raphael Pereira dos. A disciplina Libras no