Libras
Cristina B. F. Lacerda é fonoaudióloga, mestre e doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com pós-doutorado realizado no Centro de Pesquisas Italiano (CNR-Roma), docente do curso de Fonoaudiologia da Universidade Metodista de Piracicaba e docente ligada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Unimep. É pesquisadora atuante com projetos financiados pela Fapesp e CNPq.
Resenha Crítica
Ao longo da história foram apresentadas várias propostas educacionais para a inclusão da pessoa surda na vida cotidiana, com o objetivo de desenvolvimento pleno de sua capacidade, mas o fato é que existem poucos ou quase nenhum registro dessas tentativas. Na Idade Média não havia educação para o surdo, pois se acreditava na falta de capacidade para tal, só se acreditava em milagres da cura. Só a partir do sec. XVI que alguns pedagogos começam a apresentar procedimentos pedagógicos que propunham o desenvolvimento integral do indivíduo através do ensino da fala, como estratégia para atingir tais objetivos, mas a falta de comunicação entre estes estudiosos atrapalhou bastante o desenvolvimento destes procedimentos, chegando ao cúmulo de manter segredo sobre os resultados das experiências como fez o pedagogo alemão Heinicke, conhecido como ‘professor de surdos’. Surge a figura do preceptor para o surdo, principalmente nas famílias nobres, onde para ter os seus direitos civis respeitados o surdo precisava aprender a falar, mas também eram alfabetizados na língua escrita, pois ao ler o surdo podia entender o que as palavras representavam, e assim eram iniciados para depois desenvolver outras formas de comunicação como a leitura labial e a própria fala. Poucos tinham acesso a essa educação, então se pode supor que muitos viviam em grupos e desenvolveram uma linguagem própria para interagir. Como havia um entendimento de que o surdo precisava aprender sua língua