LIBRAS
Paulo César Machado
Vilmar Silva
1 INTRODUÇÃO
Nos
últimos
tempos,
os
debates
no
contexto
educacional
assumem o discurso da hora e a vez dos excluídos, colocando-se em pauta nesse cenário, a problematização do tema inclusão/exclusão social com vis tas, entre outras coisas, a se propor uma escola que possa convocar e acolher a todos em suas diferenças.
Atento às ciladas das interpretações apressadas e tendenciosas desses discursos, o debate institucional precisa questionar e investigar o que signific a ultrapassar o espontaneísmo do senso comum. Assim, a educação, como prática, precisa estar em constante reflexão teórica porque é nesse fluxo, entre o agir e o pensar, que dinamiza a ação resistindo a subserviência ideológica de dominação.
Apesar desses discursos que procuram acolher a todos em suas diferenças, a educação dos surdos revela-se como um contra exemplo, uma vez que, esmagados pela hegemonia ouvinte que domina a sua comunicação (a língua de sinais) e, consequentemente, dita normas e leis que, em sua maioria os obrigam a continuarem na condição de deficientes. Na escola são assemelhados cultural e lingüisticamente aos ouvintes e os resultados apresentados para os surdos se expressam em uma aparente inferioridade e pseudo formação de cidadão, apesar da constante luta por seus direitos lingüísticos e de cidadania numa proposta de política educacional .
A construção da cidadania pressupõe um envolvimento consciente e atuante de todos os cidadãos. Para tanto, é preciso ser capaz de visualizar os contornos sociais de forma crítica, reconhecendo as diferenças histórica e culturalmente constituídas. E, uma vez que a cidadania também é uma forma de organização e planificação das condições necessárias de vida em sociedade, torna-se imprescindível