Libras
Instrutor José Cláudio
Interprete de Libras Priscila de Macedo
Curso de LIBRAS Básico
Nível I
1. Aspectos históricos da educação dos Surdos
“Paro os navegantes com desejo de vento, a memória é um ponto de partida”’.
Eduardo Galeano
A trajetória social das pessoas surdas sempre esteve dialeticamente implicada com a concepção de homem e de cidadania ao longo do tempo. A rigor a história da educa ção de surdos no Brasil é um pequeno capítulo da longa história em todo o mundo. Nas civilizações grega e romana, por exemplo, as pessoas surdas não eram perdoadas, sua condição custava-lhes a vida. Posteriormente, há o reconhecimento de que não há surdez absoluta e que os restos auditiv os podem ser utilizados e desenvolvidos. No entanto, as pessoas surdas, ao longo do caminho enfrentam o descrédito, o preconceito, a piedade e a loucura.
Em 637 d.C, o bispo John de Bervely ensina o surdo a falar de forma clara, e o acontecimento é considerado um milagre. No entanto, assim como a autoria de muitas metodologias e técnicas ficaram perdidas no tempo, esta também se perdeu, e a igreja toma para si a autoria do feito. No século XVIII, surgem os primeiros educadores de surdos: o alemão Samuel Heinicke (1729-1790), o abade francês
Charles Michel de L'Epée (1712-1789) e o inglês Thomas Braidwood (1715-1806). Esses autores desenvolveram diferentes metodologias para a educação da pessoa surda.
Em 1755, em Paris, o abade L'Epée funda a primeira escola pública para o ensino da pessoa surda.
O português Jacob Rodrigues Pereira, na França, desenvolve o método de en sino da fala e exercícios auditivos com reconhecido sucesso. No Brasil, a educação dos surdos é iniciada com a chegada do francês
Ernest Huet, em 1855, no Rio de Janeiro. O professor Ernest organiza a escola para educandos surdos, num momento social em que tais indivíduos não eram reconhecidos como cidadãos.
Em Milão, na Itália, em 1880, realiza-se o Congresso Internacional