leviatã

LEVIATÃ – THOMAS HOBBES “Onde não há poder comum não há lei.
Onde não há lei não há injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes principais”.3 A primeira obra do contratualismo moderno foi terminada e veio a público no ano de 1651. Onze anos depois da chamada Revolução Inglesa, que, pela primeira vez na História, depôs e decapitou um rei. O quadro de caos político vivido pela Inglaterra naquele momento influenciou de forma marcante a obra de Thomas Hobbes, que era um grande defensor da conservação da vida, temendo a morte violenta que a revolução colocou para alguns; além do momento em que vivia a Inglaterra, Hobbes presenciou o movimento renascentista, que pregava, acima de tudo, a valorização do homem. Leviatã apresenta como idéia central um Estado forte, com grande poder do soberano frente às instituições tradicionais. Em um pensamento de legitimação do Estado moderno, que há pouco havia se instituído. No que diz respeito aos conflitos, Hobbes preocupava-se em controlar a constante necessidade humana de possuir poder. E, a partir disto, o autor considera que apenas as leis tornam o homem bom, sendo a primeira delas a paz. Partindo do estado natural da humanidade, Hobbes afirma que, na natureza, todos os homens são iguais e não existe a noção de justiça, o que acaba por gerar conflitos constantes. Segundo suas palavras, se duas pessoas desejam a mesma coisa, “ao mesmo tempo, que se torna impossível ela ser gozada por ambos, eles se tornam inimigos”.4 Ou seja, o estado natural, para o pensador, é um estágio de guerra ininterrupta de todos contra todos os homens, na qual não é necessária a ocorrência de embates reais, mas a simples intenção para tal. O autor chega a citar os “povos selvagens da América” e os “homens que anteriormente viveram sob um governo pacífico (e que) costumavam deixar-se cair numa guerra civil” (alusão clara ao processo inglês de 1640) como exemplos de populações em estado natural.5 A