Leucipo de Mileto
Sobre suas origens praticamente nada é conhecido, mas o lugar mais provável de seu nascimento é Mileto na Ásia Menor; em seguida mudou-se para Abdera. Parece ter sido contemporâneo de Anaxágoras de Clazômenas e de Sócrates. A tradição lhe atribui a autoria de um único livro intitulado A grande ordem do mundo, também chamada Grande Cosmologia, um texto muito diferente da Pequena Cosmologia de Demócrito. Talvez tenha escrito um segundo livro, que teria se chamado Sobre o espírito, mas este escrito pode ter sido apenas um capítulo da obra anterior.
O átomo (do grego a-tomos, o não divisível, não mais cortável) é para esses filósofos o elemento primordial da Natureza. São indivisíveis, maciços, indestrutíveis, eternos e invisíveis, podendo ser concebidos somente pelo pensamento, nunca percebidos pelos sentidos.
A phýsis (natureza) é composta por um número ilimitado de átomos. Os átomos podem existir de formas variadas e habitam uma outra forma de infinitude: o vazio. Neste, os átomos se agregam, se desagregam, se deslocam, formando os seres que percebemos pelos sentidos (movimento).
Significa dizer que segundo a teoria atomística, só existem átomos e vazio. Significa também que nossos sentidos percebem uma realidade transitória, mutável, mas ilusória, porque mesmo que apreendamos as mutações das coisas, no fundo, os elementos primordiais que constituem essa realidade jamais se alteram.
Assim, a mudança, a mutação, as transformações são explicadas pela agregação ou desagregação de elementos primordiais que somente conseguimos conhecer pelo pensamento. Não se trata de dizer que os sentidos provocam, então, ilusão, mas que o que sabemos pela percepção, por ser