Letramento
MAGDA SOARES
Propõe Soares discutir os conceitos e, portanto, as palavras alfabetização e letramento.
Primeiramente a autora define através do dicionário Aurélio os termos: analfabetismo (estado ou condição do analfabeto); analfabeto (que não conhece o alfabeto, que não sabe ler nem escrever); alfabetizar (ensinar a ler e a escrever) e alfabetização (ação de alfabetizar).
Segundo Soares, é no campo semântico das palavras analfabetismo, analfabeto, alfabetização e alfabetizar que surge a palavra letramento que segundo ela não está dicionarizada, por ter sido introduzida muito recentemente na língua portuguesa.
Conforme Soares, a palavra letramento teve origem no termo “Literaçy” do inglês que designa o estado ou condição daquele que é “Literate”, ou seja, que utiliza competentemente e com frequência a leitura e a escrita.
Afirma Soares que a palavra letramento apareceu pela primeira vez no livro “No mundo da escrita, uma perspectiva psicolinguística”, de 1986, de autoria de Mary Kato.
Porém, Soares opina que o livro ”Adultos não alfabetizados: o avesso do avesso” de Leda Verdiani Tfouni, de 1988, inseriu a palavra letramento no mundo da educação, buscando também distinguir letramento de alfabetização.
De acordo com Soares, a palavra letramento surgiu para preencher uma lacuna, uma ideia ou estado que não possuía denominação. O termo “alfabetizado” dá-nos a noção da pessoa que domina a técnica da leitura e da escrita, mas não esclarece em que grau de funcionalidade encontra-se esta pessoa nestes quesitos. Assim, a palavra letramento é introduzida na língua portuguesa para designar um estado ou condição de quem sabe ler e escrever e passa a usar a leitura e a escrita, envolvendo-se em numerosas e variadas práticas sociais de leitura e de escrita.
Entretanto, a diferenciação entre alfabetizado e letrado em seu sentido atual não é tão fácil de perceber. Soares cita o exemplo de um juiz de direito eleitoral de