letramento
Num tempo em que a hipocrisia e a mídia, de mãos dadas, ditam nosso modo de agir e pensar, fico muito feliz ao ler o último artigo de Lya Luft ("Baleias não me emocionam", Ponto de vista, 25 de agosto). Nós nos sensibilizamos com aquilo que não nos causa esforço. Como nos sensibilizar com um mendigo na calçada quando poderíamos tê-lo auxiliado? Melhor pensar nas baleias, coitadinhas. Como também são coitadinhos aqueles que passam fome na África, nunca os famintos de nossas ruas. Passo, a partir de hoje, a ler seus textos com outros olhos. A senhora ganhou meu respeito e minha admiração.
Gilberto Carlos Nunes
Brasília, DF
Estou decepcionada com o Ponto de vista escrito por Lya Luft. Não esperava um texto tão frio de uma escritora que havia demonstrado tanta sensibilidade anteriormente. Sou defensora dos animais e acredito que os seres humanos têm uma idéia terrivelmente equivocada de que são prioridade na Terra. Somos apenas elementos que compõem a vida no planeta. Acredito que a humanidade é responsável pelas maiores tragédias do nosso planeta, desde baleias encalhadas até a miséria brasileira de todos os dias.
Frida Frick
Cascais, Portugal
Comungo com Lya Luft em sua opinião sobre os animais. Compartilho respeito e amor por eles e abomino o trato de gente que tantos bichos recebem enquanto seres humanos não recebem a ínfima parte desse trato. Comovem-me, sim, notícias como a de seres humanos queimados vivos por viverem nas ruas à falta de um teto. Entristece-me, sim, saber que tantos passam frio, não têm o que comer, o que vestir ou que não têm acesso a assistência médica. Quanta criança privada de futuro por já nascer condenada, excluída da sociedade, sem direito a um lar, alimentação, creche, escola, educação... As prisões aí estão abarrotadas e, dentro delas, quantos artistas, médicos, professores, mecânicos,