Letramento
O conceito de letramento começou AA ser usado nos meios acadêmicos numa tentativa de separar os estudos sobre o “impacto social da escrita” dos estudos sobre a alfabetização. A palavra “letramento” não está ainda dicionarizada; pela complexidade e variação dos tipos de estudos que se enquadram nesse domínio, podemos perceber a complexidade do conceito. Assim, se um trabalho sobre letramento examina a capacidade de refletir sobre a própria linguagem de sujeitos alfabetizados versus sujeitos analfabetos, então segue-se que para esse pesquisador se letrado significa ter desenvolvido e usar uma capacidade metalingüística em relação à própria linguagem. Já a oralidade é objetivo de analise de muitos estudos sobre o letramento; um outro argumento que justifica o uso do termo em vez do tradicional “alfabetização” está no fato de que, em certas classe sociais, as crianças são letradas, no sentido de possuírem estratégias orais letradas, antes mesmo de serem alfabetizadas.
Podemos definir hoje o letramento como um conjunto de praticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos. O fenômeno do letramento, então, extrapola o mundo da escrita tal qual ele é concebido pelas instituições que se encarregam de introduzir formalmente os sujeitos no mundo da escrita. Pode-se afirmar que a escola, a mais importante das agencias de letramento, preocupa-se, não com o letramento, pratica social, mas com apenas um tipo de pratica de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de códigos, processo geralmente concebido em termos de uma competência individual necessária para o sucesso e promoção na escola. Já outras agencias de letramento, como a família, a igreja, a rua como lugar de trabalho, mostram orientações de letramento muito diferentes.
As praticas de uso da escrita da escola são a concepção do letramento denominada modelo autônomo ,