Lelé
Localizada: Setor de Mansões Park Way em Brasília/DF
Construção:1972-1978
Ano DoProjeto: 1978
Arquiteto: João Filgueira Lima
Era 1960 quando o pernambucano Nivaldo Borges chegou a Brasília. A profissão — veio como gerente de banco —, assim como o espírito agregador que importara de sua terra, logo o presenteou com muitos amigos. Lelé era um deles. A amizade cresceria a tal ponto que, 12 anos depois, o arquiteto entregaria a Nivaldo o anteprojeto de uma residência, em um terreno de proporções gigantescas, no Park Way. “Lelé sempre fez casas apenas para pessoas muito íntimas, para os amigos mais próximos”, constata o arquiteto Adalberto Vilela, que se debruçou em sua dissertação de mestrado, concluída em 2011, sobre as residências do colega pioneiro. “Ele precisava conhecer muito bem as pessoas antes de projetar. Os hábitos, como a família vive. São raras exceções as casas que ele projetou encomendadas por pessoas desconhecidas.”
Do projeto à construção, foram seis anos. A obra só foi concluída em 1978. Construída com tecnologia milenar — tijolos formando abóbadas, quase como templos religiosos —, a casa guarda ainda traços modernos. É térrea, dividida em duas partes. A primeira reserva a parte residencial: quartos, salas, cozinha. A segunda, do outro lado da garagem, abriga piscina, salão de jogos e cinema, uma enorme paixão de Nivaldo. A obra, na época, foi tocada por outro grande amigo de Nivaldo, o mestre de obras catalão Tião, que estava na cidade. A destreza do mestre permitiu que as abóbadas de tijolo fossem feitas mesmo sem as instruções didaticamente explicadas por Lelé no projeto.
São 18.475m² de terreno, sendo 1.880m² construídos, quase que apenas com tijolos, vidro e madeira. Alguma coisa, pouca, de concreto. Assim, mesmo de dimensões gigantescas, a construção saiu relativamente barata. São 10 quartos — sete para a família, de nove filhos, e três para os empregados — em que o pernambucano